Wednesday, December 23, 2009

conversa aleatoria...

- Não estás a perceber! Eu vou para um BUM gigante, confusão, alucinação, loucura (mas naquele sentido esquisito!) um p´raqui outro prá´li, zim BUM, PUM!|... e depois... depois é um grande vazio, sozinha.

- Pois...e depois vais para outro vazio igual.

- Vou?

- Sim então não vais?

- Ahhhh! Esse? Ohh.. mas esse não, esse é um vazio que enche!

Wednesday, December 2, 2009

O toque do telefone abafou o ar que inundava uma sala vazia.
[Vazia de sons, que não os do pensamento].
De uma fala diferente, uma que ninguém entendia, rasgavam-se vontades como sonhos em papel cavalinho pintado. De vários tons, com diferentes tamanhos e formas de pincelada, desaguavam conversas em concertos de silêncio, partilhas de outras alturas, encontros da actualidade e até algumas circunstâncias do que era e do que sou agora. E no aglomerado de sensações em forma de causa e consequência de uma ausência de palavras, os sons comuns voltaram em forma de música com Bertolt Brecht & Kurt Weill. De um não lugar, só meu, tantos outros se juntaram, e a força da poesia na voz de uma Russo, subestimou o encontro da noite e trouxe-lhe outro alento. Hoje, nesta concomitância entre o vazio e o cheio, vou dormir bem e vou sonhar contigo.



Fica aqui um pedacinho do que de fantastico se faz no Imaginário. Interpretado por Susana Russo. Autoria de Kurt Weill & Bertolt Brecht

Sunday, November 8, 2009

À descoberta do que por Lisboa se exalta, em cada canto, deparo-me constantemente com o paradigma do tempo e do que faz ás pessoas, assim como do que as pessoas fazem dele. E assim, com a musica dissolvida nos pensamentos, observando o mundo que se exalta, como que se girando sobre ele, todas as metáforas e adjectivos se perdem pelos apelos à memória e à poesia das palavras - raramente conclusivas mas quase sempre desconstruindo ideias encastradas nesse [pre]conceito.
Facilmente a conversa de um passo ao outro, de um espaço ao outro, de um momento descoberto noutro, me abstrai da racionalidade do movimento e me faz perceber todo o corpo no compasso da melodia. No mesmo ritmo de ideias, também as expectativas dos outros, minhas e elas próprias enquanto conceito, gingam arrastadas de dentro para fora, pelo piano que apressa o violino e também a mim.
Subitamente, um quotidiano feito em musica, desliga o padrão de vivências, o diagnóstico de futuro e vai de encontro ao espaço onde a magia de viver e estar vivo se vale da oportunidade do que é simples, como as folhas que caem castanhas no Outono, do sopro forte do vento no rosto e do nascimento primaveril, noutros rumos, numa nova perspectiva de nós próprios e de outros sons que emanam o inconformismo e o processo de ruptura com quem somos, constantemente.

O mundo solto nos compassos maestrados, não é estanque e de tão magnífico, permite-se à mudança.

Saturday, October 17, 2009

Gota a gota vais derramando a vontade de ir onde ninguém foi, de espreitar em cada canto de ti, buscando um ponto de encontro maior que o mundo. Como se de um breve encontro de notas musicais na cidade, se expandisse a maior verdade acerca de quem és. Como se houvesse uma consolidação em cada déja vu dos teus sonhos nas mãos das pessoas que divagam pelas ruas de Lisboa, ou pelas ruas de terras ao sul do vento.
E se numa vontade imensurável coubessem alegrias, gota a gota, mar a mar, serias tu quem gritaria na muralha do castelo – estou viva!

Saturday, October 3, 2009

Já tinha saudades da música sem paredes. De retomar ao seu encontro de pés descalços, sem rodeios na entrega do corpo a um qualquer estranho estado de “alma”. Da musica que irrompe fragilidades, do ritmo que desafia, até mesmo o cardíaco, a novos tons, novas vibrações.
Da ponta do dedo mindinho vai o desaustinado sossego invadindo o corpo inteiro, trazendo-nos novos mundos, sobre olhares e melodias desconhecidas. E num ápice, sem pensarmos muito nisso, já lá vamos.
Já lá vou... e no entretanto, chegou o Outono!

Oxalá te veja - O´Questrada



Adoro esta musica!

Wednesday, September 30, 2009

Vi um filme há uns dias, um DAQUELES filmes. Achei-lhe piada, inclusivamente a esta pequena troca entre as protagonistas.

"Every night I empty my heart, but by morning it's full again
Slow droplets of you sleep in through the night's soft caress
At dawn I overflow with thoughts of us
An aching pleasure that gives me no respite
Love cannot be contained
The neat packaging of desire splits asunder
Spilling crimson through my days
Long, languishing days that are now bruised tender with yearning
Spent searching for a fingerprint, a scent, a breath you left behind".

Thursday, September 17, 2009

Esquina à esquerda


Percebo, em dias como hoje, dias que se estreitam no cansaço perdido nas ruas, que quero a minha vida em movimento e revolução. Ao encontro de muitos e de muitas ideias, sendo mais uma, uma que luta por algo em que acredita. Quero e preciso de ser assim, no mundo, dando de mim e recebendo de outros, nessa troca. Quero perder-me num grito, em uníssono, ou num silêncio fortalecedor e reivindicativo. Não quero fechar os olhos, evitando a revolta que tenho dentro e que existe cá fora. Não quero tão-pouco abri-los à segregação, deixando-me ir. Se vou, vou com convicção! Mesmo que as perguntas e as duvidas me abracem os dias e as horas dos percursos. Vou porque quero ir, porque só assim faz sentido cada passo da caminhada. Nascem-me agora os primeiros [ jovens ] cabelos brancos, quero dar-lhes uso e despir-lhes o significado em cada frase! Quero ser maior! Quero que cada pequeno passo, caminhe para um maior, mais alto, fazendo de cada pormenor, um privilégio, a ser explorado.

Saturday, August 29, 2009

Da alçada do meu braço à linha do tronco e da cabeça, cabe uma epopeia de transcrições imponentes, no resumir de emoções enquadradas no mundo que desbobina o meu, irredutivelmente. Os passos, tomam a forma de vozes que desengonçam o eixo das palavras, escamoteando o medo e a vontade, devagarinho. Como se de um súbito pensamento de si próprio, se desencontrassem momentos casuais e tão banais como um caminhar trôpego na descoberta de um beijo envergonhado, num despiste de um aperto de mão junto ao peito, ou mesmo de um rubor escondido na saudade. Como se entre duas linhas que transitam o universo da compreensão alheia, da verdade e da mentira, qualquer coisa pudesse chocar em comoção ou em desalento. E assim, das infinitas possibilidades que mascaram, melhor ou pior, o direito a ser “eu”, nascessem as tais vozes que alarmam consciências e lhes criam barreiras.
Desafiar-me a mim própria, procurando o encanto do que poderia existir para lá dessas transcrições que me cabem no abraço, camufla o miudinho que fica sempre entre o ir e o ficar, entre a vontade de existir e a necessidade de me construir, tão completamente só, enaltecendo o devaneio de ser apenas sendo.
Por isso assumo que sim, muito me escapa na alçada do braço à linha do tronco e da cabeça. Mas por enquanto, ainda não me saquearam a Utopia.

Monday, August 17, 2009

Dias em demanda da consciência. =)

Sunday, June 14, 2009

Sobre a manhã vou-me pondo nas ideias, calcetadas a meu colo. O mundo dispersa-se gingando à minha frente e eu vou agora, mais lúcida, olhando para ele de outros ângulos. No nosso reencontro, percebo que a estrada já não é a mesma, nem as pernas que me levam nela, nem olhos, sobre onde os ponho, nem tão pouco as mãos, desordenadas e desatentas, desencadeiam o mesmo toque. O desejo do crescimento precipita-se num cigarro que desembolso, novamente, do maço que volta a estar na mala e na garganta, na voz. E vem de arrasto o dinamizar de movimentos, a erupção da música e com ela a paz que desejei noutros momentos. Mas vem, desta vez, em silêncio. E em silêncio, vão desabrochando os mais pequenos instantes de vislumbre futuro. Os pequenos instantes do meu próprio reconhecimento, das minhas escolhas, dos meus caminhos, agora, mascarados no corpo que sou hoje, conclusão do que fui ontem.
O tempo passa.
O tempo sempre passa... e o cabisbaixo da cabeça vai-se erguendo, de vez em quando, dando-me outro alento e mais vontade da gigantesca montanha russa que, portuguesmente, vivo por aqui.
Digo que sim, por fim e respiro fundo. Talvez chore, num mergulho qualquer, sem dar por isso.
A vida vive-se agora e agora, aceito essa condição com a sensação de quem sabe que seguir em frente, de mão dada, é o percurso que mais se coaduna com a felicidade.

Sunday, April 26, 2009



Não consigo ficar imune a alguns encantos, este, nomeadamente. De um arrepio sobra a sombra de um abraço, de um grito ao povo, do povo, de uma liberdade sem constrangimentos.
Há momentos que se dissolvem em nós, alastrando-nos ao mundo inteiro. Porque somos muito maiores. Somos maiores que um só e somos um só contendo milhares, com mais força. E se de vez em quando ficamos pequeninos de emoção, outras vezes somos gigantes contra a maré. Haja coragem para nunca esquecer o que podemos ser, se quisermos, se lutarmos por isso, se nos soubermos guiar pelos ideais sem nunca abrir mão deles.
25 de Abril sempre,
Fascismo nunca mais!

Monday, February 9, 2009

There is much more beneath this revolution. There’s more than blood, more than skin, more than flesh, there’s much more than words, more than places, persons and connections.
Beneath this revolution of growing up, finding our purposes, our feelings, ourselves, there’s a sense of peace and freedom, there’s the quiet place of belonging, and the restless moments of searching, of trying, failing (better), becoming what we hopped to be, building new ideals, fulfilling old ones, being closer to “the future”, feeling it warmer and closer to the definition of happiness.
This revolution, bigger than me, this revolution called life, takes place somewhere in between the shadow of a growing tree and the never ending trail of an ant, survives in the details of everyday morning and night, grows in a smile and in the comfort of a tear inside of a trustworthy embrace.
Being in peace does not result from chance.

Just a though.

Thursday, January 15, 2009

E assim se passou uma semana...
Assim, muitas coisas mudam.

Monday, January 5, 2009


Tal como disse a algumas pessoas, provavelmente a todas que aqui visitam com alguma regularidade, este ano resolvi não fazer reflexões de fim de ano. Não me apetece!
Prefiro fazer um brinde ao que descobri e/ou redescobri este ano!

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Um brinde à ternura dos gestos entre amigos, namorados, pais, filhos, irmãos, todos os que se gostam;
Um brinde às palavras que enchem o peito, quando a distância interpõe a saudade;
Um brinde também ao que essa distância não derruba;
Um brinde às vitórias;
Um brinde às derrotas que nos fazem aprender;
Um brinde às tomadas de posição que fazem de nós alguém mais completo;
Um brinde à coragem de gostar sem fronteiras;
Um brinde à descoberta diária, aos pormenores da rua e das pessoas quotidianas;
Um brinde aos sorrisos que se descobrem na mesma pessoa, depois de tantos anos;
Um brinde aos “cantos de silêncio”;
Um brinde às cartas:
Um brinde à troca de olhares que arrepiam:
Um brinde à honestidade;
Um brinde à ousadia maior;
Um brinde à espontaneidade;
Um brinde à perseverança:
Um brinde aos livros que nos revelam, à musica que nos descobre, ao cinema que nos comove, ao teatro que nos derruba, um brinde à arte;
Um brinde aos novos encontros;
Um brinde a quem partilha silêncios confortáveis;
Um brinde à psicologia;
Um brinde ao socialismo;
Um brinde à revolução de ideias e ideais;
Um brinde à necessidade de procura e à conquista;
Um brinde aos poetas;
Um brinde ao romantismo;
Um brinde à utopia, aos sonhos;
Um brinde a tudo o que nos vem dentro e faz de nós pessoas mais felizes:
Um brinde ao amor:
Um brinde a nós;
Um brinde à vida e à vontade de viver!


Bom ano a todos, façamos por isso!