Sunday, November 8, 2009

À descoberta do que por Lisboa se exalta, em cada canto, deparo-me constantemente com o paradigma do tempo e do que faz ás pessoas, assim como do que as pessoas fazem dele. E assim, com a musica dissolvida nos pensamentos, observando o mundo que se exalta, como que se girando sobre ele, todas as metáforas e adjectivos se perdem pelos apelos à memória e à poesia das palavras - raramente conclusivas mas quase sempre desconstruindo ideias encastradas nesse [pre]conceito.
Facilmente a conversa de um passo ao outro, de um espaço ao outro, de um momento descoberto noutro, me abstrai da racionalidade do movimento e me faz perceber todo o corpo no compasso da melodia. No mesmo ritmo de ideias, também as expectativas dos outros, minhas e elas próprias enquanto conceito, gingam arrastadas de dentro para fora, pelo piano que apressa o violino e também a mim.
Subitamente, um quotidiano feito em musica, desliga o padrão de vivências, o diagnóstico de futuro e vai de encontro ao espaço onde a magia de viver e estar vivo se vale da oportunidade do que é simples, como as folhas que caem castanhas no Outono, do sopro forte do vento no rosto e do nascimento primaveril, noutros rumos, numa nova perspectiva de nós próprios e de outros sons que emanam o inconformismo e o processo de ruptura com quem somos, constantemente.

O mundo solto nos compassos maestrados, não é estanque e de tão magnífico, permite-se à mudança.