Sunday, November 25, 2007

Há ligações que não se vêm - camuflam-nas a neblina e o cinzento que existe, nas multidões, sem rosto, pela cidade. Assim são as teias que se constroem ao acaso, sem dinâmicas de rotina nem achegas de proximidade [ou longitude], sem paralelismos forçados com a verdade [ou a ideia que temos dela], sem prisões à cadência emocional e social do mundo, sem [falsas] moralidades nem cores saturadas, sem preciosismos descartáveis nem motivos aparentes, sem preconcepções, sem conceitos nem definições.
Há construções de arquitectura frágil, sem pilares de segurança, nem portas ou janelas para fechar – ou abrir. Ainda assim, erguem-se, criam lugares e roubam sorrisos!
Já chega do fanatismo do tempo, da rigidez das ideias premeditadas a todo o instante.
Sussurros derrubam ideologias mais fortes que castelos. Ainda há vontades, por vezes, mais intensas que o medo.

Sunday, November 11, 2007

[ambiguidades e parapeitos...
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Talvez um bloqueio, nem seja bem o das palavras, que não saem, mas daquelas que não existem e, portanto, não surgem. Os conceitos, mesmo os que se expandem para além de nós, as vezes, são fechados o suficiente para não caberem por dentro, rasgarem e assim bastarem.
(Nem é tanto da ciência, mas...) Na tentativa de enquadricular a vida resultam sempre espaços em branco e muitos estalos de tinta - o tempo faz-se de demasiadas concavidades para ser ignorado a pintar paredes; e os espaços em branco, das entrelinhas e de tudo o que não é geométrico, decoram o que naturalmente se perde pelo eco de paredes e do silêncio.
Resíduos de tranquilidade. Esquiços de vontade.
Até porque, secalhar, indo ao fundo, perder a consciência nada mais será que um simples encontro de sentidos, apurados, num libertar superegoico para os momentos, como um aperto de mão que se dá na rua a um estranho e como um abraço que se troca sem pedir licença.
Afinal, se como dizia Florbela “ um dia serei pó, cinza e nada, que seja a minha noite uma alvorada, que me saiba perder…para me encontrar”.
Não é que explique ou simplifique, mas pelo menos assume, conforta e ampara.
[Bem, mas onde ia eu? Ah! Continuando