Sunday, November 11, 2007

[ambiguidades e parapeitos...
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Talvez um bloqueio, nem seja bem o das palavras, que não saem, mas daquelas que não existem e, portanto, não surgem. Os conceitos, mesmo os que se expandem para além de nós, as vezes, são fechados o suficiente para não caberem por dentro, rasgarem e assim bastarem.
(Nem é tanto da ciência, mas...) Na tentativa de enquadricular a vida resultam sempre espaços em branco e muitos estalos de tinta - o tempo faz-se de demasiadas concavidades para ser ignorado a pintar paredes; e os espaços em branco, das entrelinhas e de tudo o que não é geométrico, decoram o que naturalmente se perde pelo eco de paredes e do silêncio.
Resíduos de tranquilidade. Esquiços de vontade.
Até porque, secalhar, indo ao fundo, perder a consciência nada mais será que um simples encontro de sentidos, apurados, num libertar superegoico para os momentos, como um aperto de mão que se dá na rua a um estranho e como um abraço que se troca sem pedir licença.
Afinal, se como dizia Florbela “ um dia serei pó, cinza e nada, que seja a minha noite uma alvorada, que me saiba perder…para me encontrar”.
Não é que explique ou simplifique, mas pelo menos assume, conforta e ampara.
[Bem, mas onde ia eu? Ah! Continuando

5 comments:

Anonymous said...

ai de ti que tires este post, quero comenta-lo... mas agora não, sim?
s.

Satya said...

lol!
Va benne...

Anonymous said...

Talvez agora comente alguma coisa.

há momentos em que as palavras parecem demasiado ditas e demasiado tudo. há momentos em que as palavras que existem não servem para dizer nada a não ser, talvez, dizerem que não dizem nada. há momentos em que as palavras que diriam qualquer coisa não existem e nem nós temos a capacidade de as inventar. há momentos em que as palavras que nos saiem pelas mãos e pela boca, são sentidos e sentimentos. e como podes tu escrever sentidos e sentimentos sem os limitar? se eles, ás vezes, mal cabem em nós cmo é que é possivel caber numa palavra como é que sentir pode caber na palavra "sentir"?
Sim, na tentativa de arrumar a vida em casinhas especificas, entre virgulas e pontos finais, ficam muitos espaços em branco e, fogo, como falam esses espaços em branco!
"perder a consciencia nada mais será que um simples encontro de sentidos" - as vezes é bem mais assustador que isso por ser isso mesmo! Os gestos nos controlamos, os pensamentos nós contrariamos, os sentimentos nós conseguimos esconde-los, mesmo que custe... mas os sentidos não conseguimos paralisa-los, as reacções do corpo ao mundo são inevitaveis e muitas vezes até dificeis de esconder.(troca cmg um abraço sem me pedires)

"Afinal, se como dizia Florbela “ um dia serei pó, cinza e nada, que seja a minha noite uma alvorada, que me saiba perder…para me encontrar”." á frases que vêm tão a propósito que só por si dizem tudo. Frases que, talvez, como esta nos permitem dar aquele grande passo que vai do assumir ao conforto e amparo*
s.

Anonymous said...

turururururur
lalalalala
piririri
nanananana
lala tururu piriri nanana

e quando eu for grande.Mas assim mesmo grande, tas a ver? eu vou ser capaz de escrever alguma coisa aqui. assim de jeito. prometo! LOL

errr... ja actualizavas.
s.

Anonymous said...

Porque

“Porque os outros se mascaram mas tu não.
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.”

Sophia de Mello Breyner



O resto já te disse…
Mais digo-te depois…
Continua!

***