Thursday, August 30, 2007

Unza Unza Time !!

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Perdi a conta das gargalhadas, das historias sem sentido, das conversas sem principio nem fim, das aventuras por onde nos lançamos sem dar por isso, de todos os "desenrascas", das certezas, das dúvidas (tantas vezes sobre o mesmo), perdi a conta de todos os bons momentos, a qualquer hora do dia.
A verdade é que, convosco, sinto-me sempre em casa, até mesmo a dormir no chão e com surround sistem a noite inteira, dentro e fora da tenda.
Alias, bem verdade é que, mais uma vez, palavras não existem… mas eu sei que sabem disso, bem como o que a sua ausência representa!
Adoro.
Assim, a modos que mesmo mesmo muito.
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Hihihi!! ^^

Tuesday, August 21, 2007

peguei na vontade de ir e fechei os olhos. não havia nada que se pudesse dizer antes de fechar a porta, nem nada a fazer depois de ter ido embora. não havia olhares para trás, não havia espaço para virar a cabeça e arrepender-me depois. todos os caminhos me apontavam a porta de saída indicada no mapa lábil do engenho humano, do parapeito para o anseio que somos, de vez em quando. levantei-me em jeito de troça, para depois escutar o grito que se soltou e me beliscou as palmas da mão, dizendo “Vamos agora”. não, não sobrou tempo para dizer que sim ou que não, talvez mais tarde, não. não houve tempo para um até logo, nem sequer um adeus - não houve tempo para viver antes de viver. quase nao sobrou tempo para voltar antes de ir. não sobrou lugar, restou apenas o preludio das memorias de amanhã, que percorreriamos em passo largo. no entanto, nenhum momento se fez de memórias. não. afinal, não havia espaço para mais conversas, para recordar. nem sequer havia força. havia somente uma perna a puxar a outra e o amolecido ritmo dormente dos pés cansados de estar à espera. o peso do tempo ressacou do tempo, esticou a corda e seguiu viagem, no vento, em direcção ao ponto de fuga.

Agora que já fui tanto, falta-me a vontade de ir de novo. fui.

20-julho

Friday, August 17, 2007

A sudoeste de casa...


Os dias a sul começaram ensolarados e agitados, com música, cheios de tudo e nada, cheios de vontade, de força e de cansaço. Os dias a su(doeste) começavam…mas nunca chegavam a acabar. De algum modo, a alvorada era todo o dia e, todo o dia, era toda a noite…
Por isso mesmo, corremos praias, escalamos o que não conhecíamos – o que nos desafiava – tomamos banhos de água fria e pó, furamos pneus, dormimos debaixo do sol, mas também da chuva, cantamos para ficar sem voz e gritou-se já sem a ter – sussurrámos para ser entendidos, agitámos os braços e as pernas no ar, fizemos looping e fomos “dragon ball”.
Os dias passaram, correram – as vezes, outras, prenderam-se na lentidão dos passos, arrítmicos para com o fluxo sonoro que rebentava dos palcos em auge. Sopraram-se para dentro as vibrações da música, do espaço, do ambiente e sobretudo, daqueles com que os partilhei e vivi. A multidão soube encher os lugares em cada instante, na praia, nos concertos, nos trampolins, para apanhar o autocarro, no parque, para tomar banho e até para lavar a loiça ou os dentes [ou a loiça e os dentes ao mesmo tempo], mas enquanto a delonga se fez convosco...a espera não se fez e o drama e a tragédia, converteu-se em comédia para mais tarde contar.
Portanto, enquanto a noite se ensopava de estrelas por cima dos ramos secos dos pinheiros – e das nossas cabeças – houve tempo para ter valido a pena, para os arrepios de frio e até os de emoção, para matar saudades, para gerar saudades, para a excitação da música e comoção ao vivo, para ganhar certezas, para perdê-las, para reformular, para construir, para viver uma experiência nova e aprender com isso.
A sudoeste, esteve-se bem e foi bom a vossa presença, sentir-me bem nela. Obrigada pelos momentos, pela deteorização do medo – o meu – que foi mas não veio, e claro, pelos pormenores, todos.


Canção Simples
Tiago Bettencourt


Há qualquer coisa de leve na tua mão
Há qualquer coisa que aquece o coração
Há qualquer coisa quente quando estás
Há qualquer coisa que prende e nos desfaz

Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais que o sol

A forma dos teus braços sobre os meus
O tempo dos meus olhos sobre os teus
Desço nos teus ombros para provar
Tudo o que pediste para levar

Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais…

Tens os raios fortes a queimar,
Todo o gelo frio que construí.
Entras no meu sangue devagar,
E eu a transbordar dentro de ti.
Tens os raios brancos como um rio
Sou quem sai do escuro para te ver
Tens os raios puros no luar
Sou quem grita fundo para te ter

Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais…

Quero ver as cores que tu vês
Para saber a dança que tu és
Quero ser do vulto que te faz
Quero ser do espaço onde estás
Deixa ser tão leve a tua mão
Para ser tão simples a canção
Deixa ser das flores o respirar
Para ser mais fácil de te encontrar

Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais…

Vem pular o medo vem
Saber se há depois
E sentir que somos dois
Mas que juntos somos mais.

Quero ser razão para ser maior
Quero te oferecer o meu melhor
Quero ser razão para seres maior
Quero te oferecer o meu melhor
Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais que o sol


Uma das boas descobertas... de ouvir e partilhar.

Wednesday, August 1, 2007

Barcelona




Barcelona passou num ápice de encontros, descobertas, momentos e maturação interior, procura interior, invenções, sonhos e projectos, pelas ruas, nas explanadas e nos jardins, cá fora.
Fomos 4, fomos 10, fomos todos os números no meio e fomos sozinhas também, fomos multiplicidade (d)e cultura, fomos inúmeras línguas, fomos ... e regressamos!..Ficando um pouco por cada lugar, solto, para sempre.


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Houve espaço de tanto, para tanto...
...houve monumentos e arquitectura para nos levar ainda mais longe que o longitude limita.
...houve portas para nos abrir mil e um mundos diferentes, para o fantástico, para o “sem fim”.
...houve mercado de fruta a perder de vista, cerejas do tamanho de orelhas, da cor de bocas rosadas, com sabor de fim de tarde no parque Guell.
... houve passeios pelo bairro gótico, noites em praças de música, em praças de conversa, em praças de experiências compartidas.
... houve gargalhadas – ai houveram tantas gargalhadas ... Cumplicidades.
... houve tempo para contratempos, que mesmo do avesso, foram incríveis e conduziram a tão grandes bens vindos de pequenos males.
... houve tempo para, quem sabe, fazer Amigos, houve tempo para partilhar.
... houve tempo para nós, enfim, houve tempo para ser inesquecível, para não caber em palavras!

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E na última noite, houve também tempo para escrever, um momento, que talvez por ser último e trazer tantas saudades, mesmo em presença, foi muito forte.


“Barcelona no aconchego da música caboverdiana, que se toca na muralha da Carrer D´en Sol, debaixo da chuva de pétalas que caem da copula das arvores que nos cobrem, no verde e no cinzento do chão, que as guitarras amolecem.
Sublime!
Respira-se a emoção que explode no molhado dos olhos – expressividade do olhar – e na voz do caboverdiano, o preto que conduz a voz do branco, esta noite, aqui no beco em tons de sépia.
No fim da viagem, talvez em inicio de um grande encontro... A vida vive-se aqui, com esta brisa, com este cheiro e sobretudo, no embalo confortável que vem de dentro e que já só sabe tão bem.”
Joana, 27/07

Dia 20 fui para cima. Agora, dia 1, vou para baixo... porque o inesquecível não tem de ter limites, nem os momentos, nem as pessoas de quem gostamos, nem a diferença pela qual passeamos...nem nós.