Friday, August 17, 2007

A sudoeste de casa...


Os dias a sul começaram ensolarados e agitados, com música, cheios de tudo e nada, cheios de vontade, de força e de cansaço. Os dias a su(doeste) começavam…mas nunca chegavam a acabar. De algum modo, a alvorada era todo o dia e, todo o dia, era toda a noite…
Por isso mesmo, corremos praias, escalamos o que não conhecíamos – o que nos desafiava – tomamos banhos de água fria e pó, furamos pneus, dormimos debaixo do sol, mas também da chuva, cantamos para ficar sem voz e gritou-se já sem a ter – sussurrámos para ser entendidos, agitámos os braços e as pernas no ar, fizemos looping e fomos “dragon ball”.
Os dias passaram, correram – as vezes, outras, prenderam-se na lentidão dos passos, arrítmicos para com o fluxo sonoro que rebentava dos palcos em auge. Sopraram-se para dentro as vibrações da música, do espaço, do ambiente e sobretudo, daqueles com que os partilhei e vivi. A multidão soube encher os lugares em cada instante, na praia, nos concertos, nos trampolins, para apanhar o autocarro, no parque, para tomar banho e até para lavar a loiça ou os dentes [ou a loiça e os dentes ao mesmo tempo], mas enquanto a delonga se fez convosco...a espera não se fez e o drama e a tragédia, converteu-se em comédia para mais tarde contar.
Portanto, enquanto a noite se ensopava de estrelas por cima dos ramos secos dos pinheiros – e das nossas cabeças – houve tempo para ter valido a pena, para os arrepios de frio e até os de emoção, para matar saudades, para gerar saudades, para a excitação da música e comoção ao vivo, para ganhar certezas, para perdê-las, para reformular, para construir, para viver uma experiência nova e aprender com isso.
A sudoeste, esteve-se bem e foi bom a vossa presença, sentir-me bem nela. Obrigada pelos momentos, pela deteorização do medo – o meu – que foi mas não veio, e claro, pelos pormenores, todos.


Canção Simples
Tiago Bettencourt


Há qualquer coisa de leve na tua mão
Há qualquer coisa que aquece o coração
Há qualquer coisa quente quando estás
Há qualquer coisa que prende e nos desfaz

Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais que o sol

A forma dos teus braços sobre os meus
O tempo dos meus olhos sobre os teus
Desço nos teus ombros para provar
Tudo o que pediste para levar

Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais…

Tens os raios fortes a queimar,
Todo o gelo frio que construí.
Entras no meu sangue devagar,
E eu a transbordar dentro de ti.
Tens os raios brancos como um rio
Sou quem sai do escuro para te ver
Tens os raios puros no luar
Sou quem grita fundo para te ter

Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais…

Quero ver as cores que tu vês
Para saber a dança que tu és
Quero ser do vulto que te faz
Quero ser do espaço onde estás
Deixa ser tão leve a tua mão
Para ser tão simples a canção
Deixa ser das flores o respirar
Para ser mais fácil de te encontrar

Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais…

Vem pular o medo vem
Saber se há depois
E sentir que somos dois
Mas que juntos somos mais.

Quero ser razão para ser maior
Quero te oferecer o meu melhor
Quero ser razão para seres maior
Quero te oferecer o meu melhor
Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais que o sol
Fazes muito mais que o sol


Uma das boas descobertas... de ouvir e partilhar.

4 comments:

Anonymous said...

Os dias a norte foram sem duvida únicos por cada pequeno detalhe que teve a capacidade de se tornar num grande detalhe. (Rorschach?!medo!)
Os dias não passaram nem a correr nem dvagar, ali tham simplesmente um ritmo diferente... nem eu, que estava de ferias, controlava o tempo :P.
Encontramos sitios, pessoas, nós, ritmos. Descobrimos músicas e musicos, pessoas, medos, certezas, seguranças. Partilhamos comida, dormida, a nós, tempo, conhecimento, cansaço, olhares, alegria, emoção, compreensão, incompreensão, bancos e até porta bagagens. Foi bom. Foi bom ao vosso lado, ao teu lado.
Enfim... Obrigada por estes dias a norte :P

S.

Anonymous said...

És mesmo cigana!!
Também queria la ter estado. (agora de repente quase te ouvi a dizer: "A vida não é justa, pois não?". lol)
Bjoo papoila do deserto :D

Anonymous said...

Definitivamente, és tu que estas maluca! =P beijo
s.

Anonymous said...

By the way... Still waiting for the mail