Monday, September 29, 2008

Há uma viragem em cada ponto, instante, segundo...
E em cada concomitante sobrevivência, uma apoteose, desnorteada no ar… Bloqueio. Atitude. Novamente um espaço que vai ficando, algures, entre os sentidos e um palpitar estranho, no tempo que preenche o lugar. Encolhem-se então os ombros e vestem-se os pés, pelas ruas e pelo soalho do quarto e da sala de estar, as vezes vontade, noutras, somente cansaço - mas um cansaço estreito que se encaixa, quase, em coisa nenhuma. Desliza por um motivo perdido nas horas que passam e num mundo inteiro a fazer. Há nele um fuso que enrosca no horário que temos dentro, suspenso ao que se vive fora. Pé ante pé vai-se fazendo então a estrada. Mão sobre mão vamo-nos fazendo também a nós. E depois, vem um amanhã e um até logo, porque é no A, entre o Amor e o Adeus que está a dor e o arrepio, assim como, provavelmente, a nossa maior contenda.
Numa noite de Outono

Friday, September 12, 2008



Sometimes, it´s all about feeling good with yourself...
... when nothing´s right (even, when nothing´s wrong), when you´re sad, when you´re happy, in every step of the way of finding who you are. When, there´s nothing more to say, "you can dance", everytime, everywhere. The joy of life lives within yourself.




dancing queen - abba

Monday, September 8, 2008

O ano passado, saiu um artigo "muito interessante" na visão, no que respeita à perspectiva da homossexualidade por parte de uma Terapeuta Familiar, Margarida Cordo. Por algum motivo, reencontrei este video muito bem apanhado pelo Bruno Nogueira, e portanto, resolvi partilhá-lo convosco.

Monday, September 1, 2008

Fico, por estes dias, a mirar o tempo, pelo resvalar das cores junto ao rio. Colando com fita-cola os retalhos da memória, como que evitando que os pequenos detalhes encontrados nas ranhuras, se percam, na inevitabilidade do crescimento e amadurecimento humano. Na mesma vontade, por vezes, desaustinada, de seguir em frente, sobra o desejo, miudinho, de ficar mais atrás, à espera, de quando tudo era mais simples, ou mais fácil. [Mesmo não sendo, muitas vezes]
Sim, ainda me assusta, por vezes, a dor de seguir viagem, com (ou sem) rumo, mesmo que por prazer. Ainda espreita, de soslaio, a imagem dessas memórias, que tão veementemente tento guardar para mim.
Como se, por instantes, fosse possível perdê-las, completamente.
Como se, na sua essência, o que me trouxessem pudesse ir embora, de repente.
Como se o tempo pudesse voltar atrás.
Como se eu quisesse
– e não quero.
Por esta altura, sento-me junto da ria formosa, com a brisa marítima que vem no vento e me envolve o corpo, fazendo esvoaçar o cabelo. O cigarro está aceso na mão, assim como os pensamentos que vão entrando em combustão com ele. Por vários momentos que se prenderam num apenas, tudo fez sentido e nada teve sentido algum. Como se pela tranquilidade do lugar, onde a noite já caiu sobre as janelas, escuras agora, os pormenores coubessem, inteiros, na palma da mão, dando-lhes outro significado. A noção, nem sempre clara, de que poucas são as coisas que saem do cinzento, entre o preto e o branco, apesar da tendência para tudo transformar no monocromático, vem transbordando assim o ambiente, quotidiano. Um choque racional, emocional, o que interessa, um choque (Afinal, não tem mal, o que importa, o que não importa?)Qualquer coisa que se vai metamorfisando a si mesma, sem eu dar por isso, ganha corpo. No conjunto em que nos vamos construindo vem um mundo inteiro, até mesmo o medo. E, no final, não aconteceu nada, para além dos constantes paradoxos. Até porque, nesta madrugada, o cigarro acabou, mas apenas o cigarro, nada mais.

26 de Agosto, Santa Luzia