Friday, December 16, 2011

O mundo é um parapeito, de facto. E sobre a vida existem tantos outros, mais pequenos, onde me vou debruçando para ver melhor a imagem do filme, da peça, do melhor padrão, da melhor paisagem, do melhor encaixe, talvez...

De voltas em voltas, tantas são as fotografias que tirei, as procuras, os encontros (e os desencontros), os encantos (e os desencantos), as palavras em busca de perfeição, ou a perfeição buscada nas palavras, que poucos são os adjectivos, adverbios de modo, substantivos, verbos e outras circunstâncias linguísticas para descrever o que senti em todos eles e claro, o que sinto agora, neste momento.

Lembro, como sempre contei o tempo em momentos, mais do que em segundos ou minutos, horas ou dias, instantes que por mudarem quase tudo, ou quase nada, me transformaram tanto.

E hoje, quando me faltam as palavras, penso nas fotografias dessas imagens dos parapeitos, sempre à procura, criando espaços, construindo neologismos, alargando a perspectiva e um suspiro quase sem fim surge, naturalmente. Hoje, a paz que trago dentro transborda o espaço, de tão imensa e tão intensa, assim como o que sinto, de tão pouco quantificável, com o peito tão cheio, no exercício de libertação pela escrita (ou de tentativa), percebo que não se descrevem sorrisos. E o mais bonito, o que me faz tremer por dentro ou transpirar uma sensação de preenchimento é que, se eu estender a mão, para essa fotografia, consigo tocar-te, se fechar os olhos consigo cheirar-te e caber, em silêncio, no som da nossa respiração, finalmente, ao mesmo tempo.


Hoje, "o mundo inteiro cabe na palma da minha mão".

2 comments:

Anonymous said...

Finalmente, ao mesmo tempo. =)

Töd

Satya said...

Aww! ^^

Happy thoughts :)