Sunday, February 25, 2007

- Casulo -

Aqui – lendo a musica como a um livro e escutando o poema como um beijo ou um abraço.
Sacudindo dos ombros as poeiras do tempo, sobre o corpo, ignorando as horas, e os minutos, os segundos… fecho os olhos e levanto o cabelo, permito que a gota de suor que espreita da testa, se esgueire pelo nariz, se atreva nos lábios e se invada até ao infinito espaço do resto do corpo, que não acaba e não começa, que por momentos não existe, que por momentos se evapora e se perde na melodia.
Da boca já só rasga o sorriso e se espraiam os pensamentos, que ficam presos atrás dos dentes e no casulo que fazem com a língua – tímidos, frágeis.
Os movimentos atrapalham-se uns aos outros, tropeçam, quase caem, e ficam assim, em corda bamba, não sei se à espera – ou em inércia – se à procura de qualquer coisa.
Qualquer coisa sempre é, sempre há. Qualquer coisa não é nada.
Acendem-se as luzes, desliga-se o som, fecha-se o espírito. Prendo o cabelo e vou-me embora. Bom dia.
Jo.
“When you slowly close your eyes
Replay the moment in your mind
Breathe in and give it away
Breathe out and give it away”

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