[ambiguidades e parapeitos...
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Talvez um bloqueio, nem seja bem o das palavras, que não saem, mas daquelas que não existem e, portanto, não surgem. Os conceitos, mesmo os que se expandem para além de nós, as vezes, são fechados o suficiente para não caberem por dentro, rasgarem e assim bastarem.
(Nem é tanto da ciência, mas...) Na tentativa de enquadricular a vida resultam sempre espaços em branco e muitos estalos de tinta - o tempo faz-se de demasiadas concavidades para ser ignorado a pintar paredes; e os espaços em branco, das entrelinhas e de tudo o que não é geométrico, decoram o que naturalmente se perde pelo eco de paredes e do silêncio.
Resíduos de tranquilidade. Esquiços de vontade.
Até porque, secalhar, indo ao fundo, perder a consciência nada mais será que um simples encontro de sentidos, apurados, num libertar superegoico para os momentos, como um aperto de mão que se dá na rua a um estranho e como um abraço que se troca sem pedir licença.
Afinal, se como dizia Florbela “ um dia serei pó, cinza e nada, que seja a minha noite uma alvorada, que me saiba perder…para me encontrar”.
Não é que explique ou simplifique, mas pelo menos assume, conforta e ampara.
[Bem, mas onde ia eu? Ah! Continuando…