Thursday, June 21, 2007

medo.

Medo enquanto impulso ou medo enquanto retracção?
Agimos ou evitamos por medo? Medo. Medo do quê? Porquê? Para quê?
Medo enquanto identidade? Medo enquanto enigma?
O que nos incita? O que nos restringe?
Como nos move? Como nos trava? O que afasta, o que aproxima?
Ao transformar-nos, ao ser capaz, o que muda? O que acrescenta, o que diminui?
Se do medo se fazem os gestos – acção/reacção, partida/chegada, começo e fim - se do medo nascem emoções, brotam sentimentos – amor/ódio, audácia e vergonha, cobardia e coragem – de que é feito o medo? De nós?
O que nos assusta por dentro? O que vem de fora? O que vai para fora?
Em que medida é bom, sabe bem? Como é que é mau?
O que é o medo?
Medo enquanto medo.
Medo enquanto vida.


“O medo vai ter tudo.
Pernas, ambulâncias e o luxo blindado de alguns automóveis. Vai ter olhos onde ninguém o veja, mãozinhas cautelosas, enredos quase inocentes, ouvidos não só nas paredes mas também no chão, no teto, no murmúrio dos esgotos e talvez até (cautela!) ouvidos nos teus ouvidos.

O medo vai ter tudo.
Fantasmas na ópera, sessões contínuas de espiritismo, milagres, cortejos, frases corajosas, meninas exemplares, seguras casas de penhor, maliciosas casas de passe, conferências várias, congressos muitos, ótimos empregos, poemas originais e poemas como este, projetos altamente porcos, heróis (o medo vai ter heróis!), costureiras reais e irreais, operários (assim assim), escriturários (muitos), intelectuais (o que se sabe), a tua voz talvez, talvez a minha, com a certeza a deles.

Vai ter capitais, países, suspeitas como toda a gente,
muitíssimos amigos, beijos, namorados esverdeados, amantes silenciosos, ardentes e angustiados.

Ah o medo vai ter tudo.
Tudo.
(Penso no que o medo vai ter e tenho medo, que é justamente o que o medo quer)
(...)"

Alexandre O´Neill

7 comments:

Anonymous said...

As vezes tenho medo do que sinto e de como sinto.
Mas o medo ja foi maior, também ja foi mais pequeno. Já me inibiu e ja me empurrou para a frente...
Faz parte da vida, acho que faz mesmo parte de nós realmente.
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AH e as vezes tb tenho medo de ti!!!!!!!!! LOLOL! És uma parva e só dizes asneiras e por isso eu gosto de ti!! Ah, a Ana adorou-te! (wink wink).
Beijo betinha

Anonymous said...

Ok, betinha é mt forte, paneleira é melhor! :D:D AHAHA

Satya said...

Ai ai..."pipinha" és sempre tão fofis!! lol.
Paneleira?!?! 0.o

Anonymous said...

De que é feito o medo?
de nós?
sim, talvez... como todos os sentimentos, é provavelmente feito de nós. e, ao mesmo tempo, faz-nos. Uma relação simbiotica. Nós permitimos que ele viva, através de nós, e ele, através dele, permite que nós (sobre)vivamos.

Medo, o que nos faz correr e o que nos paralisa. As vezes nós corremos com o medo (de nós) e as vezes paralisamos o medo (em nós).

Não é tanto o medo que é bom, mas o facto do seu oposto também existir. Sim sabe bem. Um pico de adrenalina. (Só consigo comparar com andar á chuva, a chover torrencialmente, a ouvir uma musica "exitante" que nos preenche. Sentir as gotas, o frio e a vontade de viver. depois... chegar a casa mudar de roupa, sentar ao lado da lareira com uma bebida (chocolate) quente entre as mãos a ouvir uma musica apasiguante que nos preenche. Sentir o seco, o calor e a vontade de viver). Adrenalina e o conforto que lhe segue, quando passa.

O medo é, sem duvida, útil. Por medo tomamos as decisões mais loucas, as mais ou menos sensatas (dependendo do ponto de vista). Agarramo-nos a nós, sim... ter medo é uma prova de que nos amamos. Queremos o melhor para nós.
O medo é, sem dúvida, inútil. Por medo perdemos tantas opurtunidades, as mais ou menos sensatas (depende do ponto de vista). Perdemo-nos de nós, sim... ter medo, ás vezes, cega. É uma prova da cobardia humana. Fugimos do que é melhor para nós.

"O medo vai ter tudo." Não terá já o medo tudo o que quer? eu.tu.ele.NÓS.

Acho que é uma relação simbiotica que não conseguimos gerir, mais vezes o medo faz de nós o que quer do que fazemos nós o que queremos dele. De qualquer forma, esta relação existe. Sendo assim é bom saber que da mesma forma que o medo comanda as minhas acções/reacções, as minhas partidas/chegadas, a minha audácia e a minha vergonha, a cobardia e a coragem, nós podemos comandar o medo. Correr com ele, ou se o paralisamos, ao menos que o paralisemos a um canto, de vez em quando.

este está realmente muito bom, escreves bem ^^, beijo

















































BUH!.............tiveste medo?! ..S

Anonymous said...

Gostei do poema... Sim eu a gostar de um poema... :0 Mas deve ser por o tema me agradar

Satya said...

Sabes...as vezes não sei o que te dizer! Gosto de me ver reflectida nas tuas palavras, até nestas alturas, quando são um filtro (teu) das minhas. És um mundo e sim as vezes assustas-me (mas agr nao foi o caso :P) O resto ja te disse...o resto nao se diz. =) *

Quanto a ti, darling,james love, é de facto um feito ter gostado e ter cá passado. Lhe "amadoro"! ^^

Anonymous said...

Odeio vir ao teu blog e nunca ver isto actualizado!
Bah! também odeio ir para frequencias e não saber nada ou... não saber tudo. E também odeio perder dias, tardes e noites com folhas nas mãos a tentar decorar ideias defendidas por homenzinhos que já morreram á qs tantos anos como os que tenho! (se não mais... depende do homenzinho)
A verdade é que também odeio vir deixar um comment a dizer estas coisas, mas de qualquer forma ando numa de fazer coisas que odeio... portanto até não faz muito mal.

p.s.- ja me lembro pq que eu nc conseguiria viver so com o meu irmão. loool

beijo e nesta altura estas tu numa esplanada a torrar os neurónios, com o nariz posto em folhas e cabeça posta ao sol. e eu estou aqui a torrar tempo que devia estar a aproveitar para estudar. e não fui treinar. e odeio n ir ao treino... enfim vou-me calar!